sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fernando Pessoa no Second Life

Ouvir e ver Fernando Pessoa em Second Life

Posted: 23 Jan 2009 04:14 AM CSTNa sequência das iniciativas de divulgação da obra de Fernando Pessoa em Second Life, foi realizado e produzido um video machinima que dá voz (e corpo) ao autor, na declamação de poemas da sua autoria.O incontornável Halden Beaumont (aka Hugo Almeida) produziu e realizou esta peça, na minha opinião a melhor da sua já extensa lista de trabalhos em SL.O argumento é da responsabilidade de Rui Diniz (aka Ruidiniz Desno) e a locução de Luís Gaspar (aka Luisgaspar Gazov).
Divirtam-se

domingo, 18 de janeiro de 2009

A peça "Minha Pátria é a Língua Portuguesa" estará em cena na Lourinhã


A Biblioteca Municipal da Lourinhã será palco de um Teatro Poético, intitulado a "Minha Pátria é a Língua Portuguesa". A iniciativa decorrerá no próximo dia 23 de Janeiro, Sexta-Feira, pelas 21h00 e a entrada é livre. Numa apresentação de Nuno Miguel Henriques, esta é uma peça que conta com a produção do Museu da Poesia."A Minha Pátria é a Língua Portuguesa” é um espectáculo poético que cria uma envolvência única e intimista com o público. Nuno Miguel Henriques, considerado um dos melhores diseures da actualidade faz uma verdadeira trajectória poética, introduzindo notas biográficas, recitando e conversando sobre Fernando Pessoa e os seus heterónimos, além de diversas referências históricas e culturais.Esta peça reúne alguns dos textos mais emblemáticos do poeta português, Fernando Pessoa, em cruzamento com os seus heterónimos Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e ainda Bernardo Soares.Este espectáculo está actualmente em Cena no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, realizando-se todas as Segundas-Feiras. Está também editado em CD, encontrando-se à venda nas lojas FNAC.

O Círculo Pagão de Ricardo Reis

O espetáculo “Círculo Pagão de Ricardo Reis”, em sua essência é simbólico e sinestésico. Foram escolhidas minuciosamente doze poesias relacionadas às doze casas astrais da astrologia e na sua concepção cênica, utilizados os quatro elementos: o fogo, a água, a terra e o ar. A montagem tem como alicerce poemas de Ricardo Reis, um dos principais heterônimos de Fernando Pessoa. Reis, por ter uma formação científica torna suas preocupações atemporais, ao imprimir nos seus poemas suas angústias sobre a efemeridade da vida. O espetáculo é um monólogo dirigido por Eliete Cigaarini e encenado pelo ator Erick Krominski, com direção musical de Juninho (banda Mr. Jingle). Eliete é ganhadora do prêmio Shell e do Mambembe e engrandece o espetáculo. Fernando Pessoa é sem dúvida um dos maiores nomes da poesia portuguesa e a sua obra é vasta. No Jornal da Poesia (http://www.jornaldepoesia.jor.br/pessoa.html) estão cadastradas 1040 poesias do enigmático Pessoa. O heterônimo Ricardo Reis é descrito como sendo um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, harmonia, certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante em sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Faz uso da mitologia pagã. Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano de sua morte.


Para os Deuses

Para os deuses as coisas são mais coisas.
Não mais longe eles vêem, mas mais claro
Na certa Natureza
E a contornada vida...
Não no vago que mal vêem
Orla misteriosamente os seres,
Mas nos detalhes claros
Estão seus olhos.
A Natureza é só uma superfície.
Na sua superfície ela é profunda
E tudo contém muito
Se os olhos bem olharem.
Aprende, pois, tu, das cristãs angústias,
Ó traidor à multíplice presença
Dos deuses, a não teres
Véus nos olhos nem na alma.

Ricardo Reis

Casa Fernando Pessoa inaugura hoje mostra sobre heterónimo

A Casa Fernando Pessoa vai inaugurar esta quinta-feira, pelas 18:30, uma exposição de fotografias da autoria do ilustrador e fotógrafo Jorge Colombo sobre o universo de Álvaro de Campos, no âmbito de um projecto que prevê abordar, ao longo deste ano, os três heterónimos mais importantes do poeta português.
«Os heterónimos eram, obviamente, ficções, mas as nossas vidas, amores e afazeres também o são, em última análise e até sem análise, quando defrontam o grande nivelador que é a morte», escreveu Richard Zenith, em prefácio à «Poesia dos Outros Eus», de Fernando Pessoa. «Propomo-nos dar corpo a estas ficções, mais amplas do que qualquer existência», indicou a Casa Fernando Pessoa (CFP), em comunicado.
A exposição de Colombo, que nasceu do desafio que lhe foi feito pela CFP, segue a «Ode Triunfal» como guião inicial e deixa-se depois «contaminar» pelo espírito de «estrangeiro aqui, como em toda a parte» do Álvaro de Campos posterior. Nas suas fotografias, Jorge Colombo, que reside há 20 anos nos EUA, tentou «captar os ângulos da cidade que tocariam o poeta-engenheiro naval caso ele andasse por Lisboa neste início do século XXI».
A partir de hoje, o quarto de Fernando Pessoa terá também sinais da presença de Álvaro de Campos, que «ocupará» a CFP até Abril. Paralelamente, voltará a ser exibido «Ode Marítima», um conjunto de 16 desenhos de Júlio Pomar, feitos a lápis de cera e pastel de óleo, que integra a colecção permanente da Casa Fernando Pessoa.
De Maio a Agosto, a CFP será a Casa Alberto Caeiro e, entre Setembro e Dezembro, a Casa Ricardo Reis.

MASCULINE - Paulo Ribeiro



O trabalho de Paulo Ribeiro pauta-se sempre por um olhar intuitivo que não se desliga de uma certa ironia acerca das temáticas subjacentes aos seus espectáculos.
Quatro homens protagonizam Masculine, uma peça intensa, quase febril, capaz de levar o público ao riso ou às lágrimas e que gira à volta da "pessoa" de Fernando Pessoa.
As palavras do poeta ecoam ao longo desta criação, ao sabor de uma história bem contada, em que a palavra é disputada pelos intérpretes que procuram entre os seus episódios de vida aqueles que se cruzam com o imaginário pessoano.
Um turbilhão de expressões que conduzem o público por uma montanha russa, apreendida por todos os sentidos e pautada pela beleza dos momentos e pela energia que a peça transpira.
Para ver no Teatro das Figuras, em Faro, dia 14 de Março.

A Casa Álvaro de Campos

Em 2009, a Casa Fernando Pessoa transformar-se-á na Casa Álvaro de Campos (de Janeiro a Abril), na Casa Alberto Caeiro (de Maio a Agosto) e na Casa Ricardo Reis (de Setembro a Dezembro).
Homenagearemos cada um destes heterónimos de Fernando Pessoa com uma série de exposições e eventos em torno das suas obras e personalidades.
"Os heterónimos eram obviamente ficções, mas as nossas vidas, amores e afazeres também o são, em última análise e até sem análise, quando defrontam o grande nivelador que é a morte", escreveu Richard Zenith, em prefácio à "Poesia dos Outros Eus" de Fernando Pessoa (edição Assírio & Alvim).
Propomo-nos dar corpo a estas ficções mais amplas do que qualquer existência.
Venha descobrir a Casa Álvaro de Campos, a partir de Janeiro, até Abril...
14.01.2009

Sobrinhos de Fernando Pessoa enviam carta a amigos a esclarecer "calúnias


Familiares acusam investigadores de má-fé



14.01.2009 - 09h28 Isabel Coutinho
Maria Manuela Nogueira e Luís Rosa Dias, sobrinhos de Fernando Pessoa, enviaram a familiares e amigos através de e-mail uma carta intitulada “Esclarecimento sobre as calúnias à família de Fernando Pessoa”. Nesta chamam “arrivistas” a vários investigadores pessoanos e afirmam que no contrato para a compra dos livros de Fernando Pessoa que a família fez com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), nos anos 80, não existe a palavra “biblioteca” nem qualquer referência a revistas.“Em finais de 1988 a CML comprou à família dois lotes de livros que o poeta deixara em duas estantes. No contrato que a família conserva diz: ‘uma estante com livros encadernados (327) e outra com 777 livros’”, escrevem. Acrescentam ainda que a família “vendeu o que foi objecto de um contrato e não tudo que, na altura, a irmã do poeta pudesse possuir relativo ao irmão”. Excertos desta carta foram ontem divulgados pela agência Lusa e o blogue anónimo (http://umfernandopessoa. blogspot.com/), que teve acesso a ela, colocou-a on-line. O PÚBLICO contactou Manuela Nogueira, que assegurou que a carta é verdadeira. Na mesma carta, referem-se ao leilão do espólio de Pessoa (13 de Novembro) e que a CML tentou inviabilizar com uma providência cautelar por causa da ida a leilão da capa de As Doutrinas Anarquistas, livro que tinha sido vendido à Casa Fernando Pessoa. Escrevem que “teria bastado um contacto telefónico feito pela câmara ou directora da Casa Fernando Pessoa, que estava bem informada do assunto, para que a dita capa fosse imediatamente retirada e não entrasse no leilão. O caso seria logo aclarado. Quiseram fazer chicana, sabotar o leilão e colocar mal a família. Infelizmente, com a ajuda dos media mal informados, conseguiram.” O presidente da CML, António Costa, enviou mais tarde uma carta à família a solicitar a dita capa, Manuela Nogueira já lhe respondeu e afirma que “o presidente sabe tudo, está tudo explicado”, mas não diz o que ficou acordado entre ambos. Quanto à capa, diz que não a tem e que ainda estará em posse do leiloeiro. Na carta a circular na Internet explicam: provavelmente na altura da embalagem dos livros em casa da irmã do poeta “por negligência ou ignorância” os embaladores deixaram para trás a capa rasgada. Esta carta refere-se ainda aos investigadores pessoanos que estiveram a digitalizar o espólio que ainda se encontrava na família – Jerónimo Pizarro, Patrício Ferrari e Stephen Dix – como “arrivistas” e “abusadores da confiança da família” que “sem conhecimento dos dois contratos firmados entre a família, o Estado e a CML, propalaram, com má fé, uma história difamatória”. Pizarro, contactado pelo PÚBLICO, remeteu-nos para a resposta que os investigadores enviaram para o blogue acima referido aquando de uma anterior entrevista da sobrinha ao DN. Aí dizem-se gratos pela amabilidade com que os herdeiros os acolheram, permitindo que os documentos fossem digitalizados, mas revelam ter ficado incomodados quando viram no catálogo do leilão revistas e livros que não lhes tinham sido facultados.

Façam o favor de entrar, senhores heterónimos

Em 2009, a Casa Fernando Pessoa abre as portas aos heterónimos. Até Abril, o fotógrafo Jorge Colombo revisita Lisboa na pele de Álvaro de Campos. Por Catarina Mendonça Ferreira. Se Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, passeasse hoje pelas ruas de Lisboa, o que mais o surpreenderia seria “o tamanho das coisas – maiores estradas, museus, estações de metro, lojas... maiores ideias”. Quem o diz é Jorge Colombo, fotógrafo, ilustrador e realizador, agora convidado pela Casa Fernando Pessoa para fazer uma exposição em torno do universo de Álvaro de Campos.
Esta será apenas a primeira de muitas outras exposições que vão acontecer ao longo do ano. Em 2009, a Casa Fernando Pessoa transformar-se-á na Casa Álvaro de Campos (de Janeiro a Abril), na Casa Alberto Caeiro (de Maio a Agosto) e na Casa Ricardo Reis (de Setembro a Dezembro). Cada um destes heterónimos de Fernando Pessoa será homenageado com uma série de exposições e eventos em torno das suas obras e personalidades.
“Desafiámos Jorge Colombo, inocente e perverso criador de imagens, leitor apaixonado do mais visual e visionário heterónimo de Pessoa, a que revisitasse a Lisboa inventada pelo poeta engenheiro – uma Lisboa anti-típica, anti-turística, a cidade arquétipo de todas as cidades passadas e futuras”, escreve Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, a propósito desta exposição.
“Mais do que imaginar Álvaro de Campos ressuscitado na década zero do século XXI, Colombo ousou entrar nessa dimensão atemporal que era e é a de Campos para criar o poema visual da cidade absoluta, anónima e íntima, em imortal combustão.”
Mas se pensa que esta é apenas mais uma exposição sobre Fernando Pessoa, engana-se. Jorge Colombo fez questão que não fosse e por isso inspirou-se. “O que não quis foi espremer ainda mais a iconografia clássica – Baixa em sépia, poeta de chapéu, arcadas do Martinho –, porque o Pessoa continua demasiado vivo para caber em imagens de arquivo.” Desta viagem ao universo de Álvaro de Campos – em que a “Ode Triunfal” de 1914 foi o mote directo, e cuja excitação Colombo tentou recriar, concentrando-se em aspectos contemporâneos de indústria, comércio, urbanismo, transportes –, resultaram 52 fotografias tiradas em Lisboa e arredores nos fins de 2008. “Passei imenso tempo em centros comerciais: grande parte da vida moderna portuguesa centra-se neles, são incontornáveis.”
Para Jorge Colombo, não foi difícil escolher o heterónimo Álvaro de Campos para trabalhar. “O nosso comum expatriamento (eu nos EUA há 20 anos, ele na Escócia e etc.) facilita paralelismos. Posso manter muitos contactos e fazer muita coisa na pátria, mas do desenraizamento já ninguém me livra. E os poemas do Campos falam muito disso”, conta o fotógrafo.
A viver há 20 anos em Nova Iorque, Jorge Colombo diz que, “sob muitos ângulos, Lisboa se assemelha a tantas outras cidades, no entanto há coisas que são só nossas como o pretérito imperfeito usado como imperativo. ‘Era uma bica, se faz favor...’ A textura das pedras, as florestas de antenas, a pachorra dos bairros.” Foram estes ângulos da cidade que tocariam o poeta-engenheiro naval, caso ele andasse por Lisboa neste início do século XXI, que Jorge Colombo captou com a sua objectiva e que agora se pode ver em exposição.
A exposição de fotografia “Lisboa Revisitada” inaugura na quinta-feira pelas 18.30 na Casa Fernando Pessoa (R. Coelho da Rocha, 16 – Campo de Ourique) e fica patente até Abril. Horário: de segunda a sábado das 10.00 às 18.00. Encerra aos domingos e feriados. A entrada é livre.
terça-feira, 13 de Janeiro de 2009