sábado, 31 de maio de 2008

Pessoa e os outros






FERNANDO PESSOA



Nasceu em Lisboa, em 13 de Junho de 1888


Foi, em 1896, com a mãe para Durban, África do Sul e fez lá os seus estudos primários e secundários


Regressou a Portugal em 1905 e ingressa no Curso Superior de Letras, do qual desiste mais tarde


Morre em 30 de Novembro de 1935




Motivos poéticos e caracterização do poeta


expressão musical do frio, do tédio e dos anseios de alma



resignação dorida de quem sofre a vida sendo incapaz de viver



egotismo exacerbado



cepticismo



náusea



gosto pelo que é popular



intelectualização do sentir



obsessão da análise



solidão interior, angústia existencial, melancolia, resignação



inquietação perante o enigma indecifrável do mundo



fragmentação do Eu, perda de identidade



procura, absurdo, ansiedade



nostalgia do bem perdido, do mundo fantástico da infância



não inculca normas de comportamento



vive pela inteligência intuitiva e pela imaginação



Estilo

eufonia dos versos
linguagem fina
expressão límpida
associações inesperadas (interseccionismo)
preferência pela métrica curta
linguagem simples, espontânea mas sóbria
reticências
gosto pelo popular (uso frequente da quadra)
versos leves em que recorre frequentemente à interrogação




ALVARO DE CAMPOS

Nasceu em Tavira, em 15 de Outubro de 1890


Fez o Liceu em Portugal e o curso de engenharia na Escócia


Engenheiro naval (por Glasgow), vive em Lisboa


Viajou pelo Oriente (de onde resultou o Opiário)


Alto, magro e com tendência a curvar-se





Motivos poéticos e caracterização do poeta
amor à vida
masoquismo
triunfalismo modernista
abulia, tédio, cansaço e náusea
civilização


É o poeta do real objectivo


recusa a expressão em termos de sentimentos


não quer saber do passado nem do futuro.


Vive no Presente


defende a existência antes do pensamento; o corpo antes do espírito


poeta sensacionalista, por vezes escandaloso


poeta intelectual o mais evolutivo dos heterónimos (3 fases)


elogio da civilização industrial, moderna, da velocidade e das máquinas, da energia e da força, do progresso
poeta futurista, sensacionista e por vezes escandaloso (segundo Pessoa)
predomínio da emoção espontânea e torrencial
elogio da civilização industrial, moderna, da velocidade e das máquinas, da energia e da força, do progresso
virado para o exterior, tenta banir o vício de pensar e acolhe todas as sensações





Estilo
verso livre



longos versos de 2 ou 3 linhas



apóstrofes repetidas


oxímoros


onomatopeias


estilo esfuziante, torrencial, dinâmico


exclamações, interjeições


RICARDO REIS

Nasceu no Porto, em 19 de Setembro de 1887


Educado num colégio jesuíta (latinista por educação alheia e semi-helenista por educação própria), formou-se em Medicina


Por ser monárquico, partiu para o Brasil em 1919


Era moreno, mais baixo e mais forte que Caeiro




Motivos poéticos e caracterização do poeta




paganismo
busca de um prazer relativo
aceitação calma da ordem das coisas
discípulo de Caeiro, como o Mestre, aconselha a aceitação calma da ordem das coisas e faz o elogio da vida campestre, indiferente ao social
opõe a moral pagã à moral cristã, considerando a primeira uma moral de orientação e disciplina e a segunda uma moral de renúncia e desapego
faz o elogio do epicurismo (tendência para a felicidade pela harmonização de todas as faculdades através da disciplina)a sabedoria consiste em gizar a vida (mais como tentativa) através de um exercício da razão
tem consciência da dor provocada pela natureza precária do homem.
Medo da velhice e da morte.
Crença no Fado
é austero (no sentido clássico do termo), contudo, disciplinado, inteligente
É o poeta da razão
é um homem civilizado, de boas e elegantes maneiras, culto, pagão (de um paganismo decadente)moralista

Estilo
constrói laboriosamente o seu estilo
revela formação clássica
poesia de 2ª pessoa
dramatização do pensamento que condensa na Ode
monólogos estáticos



ALBERTO CAEIRO

Nasceu em Lisboa, em 16 de Abril de 1889


Viveu quase toda a vida no campo;


órfão de pai e mãe desde muito cedo, viveu de pequenos rendimentos, com uma tia-avó;


não teve profissão nem educação literária para além da 4ª classe


De estatura média, era louro e tinha os olhos azuis






Motivos poéticos e caracterização do poeta


variedade da Natureza


panteísmo sensual


aceitação calma do Mundo tal como é


"atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre múltiplo"


deambulismo


misticismo naturalista


Angústia existencial


tédio, náusea, desencontro com os outros


presença terrível e labiríntica do Eu de que o poeta se tenta libertar


goza em cada impressão o seu conteúdo original (epicurismo)


homem ingénuo




identifica-se com a Natureza, vive segundo o seu ritmo, deseja nela se diluir, integrando-se nas leis do Universo, como se fosse um rio ou um plantalírico, instintivo, espontâneo, ingénuo, inculto (em relação à sabedoria escolar)


Estilo


expressões familiares


imagens e comparações bem conseguidas


pobreza lexical


verso livre


fazer poesia é uma atitude involuntária


transformação do abstracto no concreto

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